Tudo em gotas 2

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Gotas III

O Banco do Brasil, que deu uma grande contribuição para o superávit primário em 2012 com seus dividendos, tem um problema pela frente: o Império X. O Banco Votorantim, do qual o BB tem 49% das ações, honrou uma carta de fiança dada a OSX que foi cobrada pelo BNDES, no valor de 570 milhões de reais. O banco tinha provisionado para perdas com este título pouco mais de 17% do valor inicial. Portanto, teve de tirar do caixa cerca de 470 milhões. Apesar da instituição garantir que este desembolso não afetará o resultado de 2013, a contribuição para o Tesouro Nacional será reduzida em relação ao ano passado.

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Até a terceira semana do mês, a Balança Comercial de novembro apresenta um superávit de 374 milhões de dólares e acumula, no ano, déficit de 1,45 bilhão. As projeções apresentadas para o fim de 2013, segundo a Focus (pesquisa com quarenta economistas e analistas de instituições financeiras compilada pelo Banco Central) ainda apontam um superávit de 1,5 bilhão de dólares. Pode ser que esse número não seja alcançado. Mais um ingrediente para a A tempestade perfeita.

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A dívida pública ultrapassou o valor de dois trilhões de reais, mas o que assusta mesmo é que o crescimento no mês de outubro em relação a setembro foi de 1,6%. Isto significa que não houve nenhum resgate e que houve mais emissão. O Tesouro Nacional fez uma emissão externa de 3,2 bilhões de dólares e pagou a maior taxa de juros em quatro anos. Do total da dívida, os estrangeiros que detinham 17,22% em setembro, passaram a 16,91%. Quer dizer que mesmo com a emissão mencionada acima o investidor externo está vendendo nossos títulos. E ainda temos que escutar o ministro Mantega e a presidente Dilma dizendo que há muito interesse dos investidores pelo país.

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Gotas II

O badalado leilão do Aeroporto Tom Jobim não foi nada daquilo noticiado pela maioria dos sites e jornais. Aparentemente, publicou-se uma versão do press release do governo sem qualquer tipo de questionamento. O valor supostamente pago, de pouco mais de dezenove bilhões de reais, na verdade não vai para o Tesouro Nacional. Aliás, é possível que até saia dinheiro de lá. O consórcio vencedor ficará com 51% do aeroporto e  receberá da Infraero a administração em março de 2014. Só a partir de março de 2015, ele começará a pagar parcelas anuais equivalentes a sua parte. O pagamento vai para o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), destinado conforme a presidente anunciou, a financiar a construção de 800 aeroportos regionais em cidades com mais de 100 mil habitantes. Este anúncio foi feito em Paris, durante uma palestra a investidores em 12 de dezembro do ano passado. Se não conseguir obter a sua parte, a Infraero será “ajudada” pelo Tesouro Nacional. A privatização do PT é paga pelo Tesouro, para um fundo que não fez nada com os recursos obtidos com Viracopos e Brasília. (Leia também Privatizações à moda da casa).

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O déficit em Transações Correntes de outubro chegou a 7,1 bilhões de dólares, o pior resultado para este mês desde 1980. Em doze meses, o déficit alcançou 80,5 bilhões, o equivalente a 3,67% do PIB. Investimentos externos abaixo do esperado, balança comercial muito fraca e novo recorde de despesas de turistas nacionais no exterior foram os responsáveis por este número. (Mais informações em A tempestade perfeita).

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Ontem, o governo federal leiloou a concessão da Rodovia BR 163 (Mato Grosso), com 850,9 quilômetros, também conhecida como Rota da Soja, por escoar grande parte da produção do Centro-Oeste. A vencedora foi Odebrecht com uma proposta de R$ 2,638 a cada 100 quilômetros, o que corresponde a um deságio de 52,03%. O leilão foi, sem dúvida, um sucesso, não apenas pelo valor, mas pelo número de interessados, um total de sete empresas ou consórcios participantes. A concessão é por trinta anos, com obrigação de investimentos de 4,6 bilhões de reais e cobrança de pedágio após conclusão de 10% das obras. Mas há uma pergunta que poderia ser feita. Será que a Odebrecht tem capacidade financeira e operacional para dar conta de tudo que está adquirindo (aeroporto do Galeão, Maracanã, Itaquerão, construção de refinarias, obras e administração de estradas)? Haja bilhões.

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