The long and winding roadThat leads to your doorWill never disappearI’ve seen that road beforeIt always leads me hereleads me to your door
Chegou sem pedir licença, foi tomando o corpo todo, se apossando de cada canto.
Não é amor, é doença, é destrutivo, aniquila o raciocínio, não tem limites, é o fim da autoestima. O ciúme de você surge da sombra dos sentimentos.
Eliminei qualquer possibilidade de voltar atrás: dinamitei todas as pontes, esqueci deliberadamente das escolhas feitas nas bifurcações, quebrei a bússola e não levei mapa.
Não fui o escolhido.
Era tarde para recomeçar — impossível.
O jeito foi renascer.
Desapareceram as letras, as palavras. Acabou a tinta? Acabou o papel? Os pensamentos não se formulavam. Percebi que a imaginação havia sido sequestrada e andava aprisionada em algum local indefinido.
“Ora (direi) ouvir estrelas! Perdeste o senso…” Não, amor, tento ouvir de tudo para tentar encontrar alguma pista e descobrir onde foi que eu a perdi.
Por mais que eu andasse, não conseguia chegar a lugar nenhum. Mas não me passava pela cabeça desistir. Estava certo de que algo estaria à minha espera ao final de tanta estrada. Era assim que eu pensava. (Hoje só faço caminhadas com começo, meio e fim. Sem decepções. Esperança na medida certa.)
Sonhar com você deve ser mais do que saudade. Tanto tempo passou e o sentimento permanece sólido. Sou eu quem sonha com a pessoa errada ou será que traio a realidade com o sonho?
Sem culpa ou erro, talvez eu tenha me distraído e deixado de ver o que era tão óbvio que cegava. Não vai sobrar dúvida nem certeza no dia que eu entender que para ter dois é preciso somar um mais um.
Se eu não soube cuidar de mim, como poderia cuidar de nós? E você, cansada da falta de cuidado, foi cuidar da sua vida. E fico a me lamentar pelo descuido do meu coração.
Não fugi porque sabia o final. Por pior que fosse, já era conhecido. Coragem maior é daquele que foge rumo a um destino ignorado, sem garantias de que aquilo que o aguarda é melhor do que enfrentar o inexorável.
E a ilusão nossa de cada dia é um remédio para suportar o passar do tempo. Enquanto liam para você a primeira página, a última já havia sido escrita. Entre uma e outra, é permitido iludir-se, mas sem iludir ninguém. Afinal cada um deve responder apenas pela própria loucura.