Quando se fala em musical, muita gente associa imediatamente aos grandes clássicos do cinema norte-americano. O fato é que o cinema mundial está recheado de momentos onde canto e dança se unem de maneira sublime. Longe de ter a pretensão de ser uma lista definitiva, escolhemos cenas de estilos e sotaques bem variados. Vale a pena conferir. E estamos abertos a contribuições…
O Bolero de Ravel com Jorge Donn, em Retratos da vida (Les uns et les autres, 1980). A coreografia exuberante de Maurice Bejart executada diante da torre Eiffel, num momento crucial do filme, reunindo na mesma cena personagens de diferentes procedências. Emocionante.
Tangos, o exílio de Gardel, de Fernando Solanas, acompanha o cotidiano de um grupo de argentinos em Paris no final dos anos 1970 e sua prole. Na abertura, um casal dança pelas pontes e becos.
Cristina Hoyos e Antonio Gades. O que mais é preciso dizer? O duelo final de Bodas de Sangue, de Carlos Saura, quando os bailarinos simulam movimentos em câmera lenta é perfeita. Pura agonia.
Carlos Saura prosseguiu com seus musicais com dança flamenca com uma versão muito pessoal de Carmen. Nessa cena, na fábrica de cigarros, Laura del Sol peita Cristina Hoyos e a coisa fica feia.
O Clã das Adagas Voadoras, de Zhang Yimou, é uma festa para os olhos. Nesta cena espetacular, Zhang Ziyi interpreta uma bailarina cega e executa algo que se transforma progressivamente em uma forma de luta. Deslumbrante.
https://www.youtube.com/watch?v=1CuQ6RhUkWA
Lagaan, Era uma vez na Índia projetou Bollywood em escala mundial ao abiscoitar uma indicação para o Oscar. Uma aldeia empobrecida enfrenta os colonizadores britânicos apostando os impostos atrasados num torneio de críquete. Só que ninguém sabe jogar. Nessa cena empolgante, Aamir Khan convence a galera de que a ideia não é tão ruim assim. E convence tão bem que dá vontade de levantar da cadeira, se juntar aos aldeões e conquistar o mundo!
Marlene Dietrich despontou para o estrelato em O anjo azul, de Joseph Von Sternberg, em 1930. Emil Jennings é o professor que perde a compostura diante daquelas famosas pernas.
Cláudia Ohana e Elba Ramalho disputam Edson Celulari ao som de “O meu amor”, de Chico Buarque, na versão cinematográfica de A ópera do malandro dirigida por Ruy Guerra. Praticamente uma rinha de galos.
Shah Rukh Khan estrela o drama indiano Dil se… (Do coração). “Chayya Chayya” é o nome da canção deste incrível número musical feito num trem em movimento que atravessa uma paisagem deslumbrante. Um espetáculo.
Os guarda-chuvas do amor, de Jacques Demy, tinha trilha sonora de Michel Legrand e a proposta ousada de fazer um filme inteiramente cantado. A jovem Catherine Deneuve está lindíssima (uma redundância) nessa cena de amor com Nino Castelnuovo, recém-convocado para lutar na Argélia. Os apaixonados prometem esperar os dois anos do serviço militar.
Os intocáveis conta a improvável história de amizade entre um milionário tetraplégico e seu cuidador. Nessa cena antológica, Omar Sy mostra todo seu balanço ao som de “Boogie Woogie Wonderland” do Earth, Wind and Fire.
O baile, de Ettore Scola, dispensa diálogos para acompanhar a passagem do tempo, a mudança no comportamento e na música tendo como cenário único um salão de baile. Aqui o tango serve para contar uma parte da história.
Em Vem dançar comigo, filme australiano, o diretor Baz Luhrmann deu uma palinha do que faria depois em Hollywood em Romeu + Julieta e Moulin Rouge. Esta cena entre Paul Mercurio e Tara Morice é eletrizante.
E para terminar, mais Bollywood. Khabi Kushi Khabie Gham foi traduzido para o inglês como “às vezes alegre, às vezes triste”. Não encontramos tradução para o português. É uma história sentimental sobre um jovem, Sharukh Khan, que rompe com a família rica para se casar com a personagem punjabi interpretada pela incrível Kajol. Ah, o pai autoritário é interpretado pelo superastro Amithab Bachchan. Não entendeu nada? Não precisa. Este número com dezenas de bailarinos fala por si. É de uma alegria contagiante.
Meus preferidos Bole shudiyan vi tantas vezes que até decorei,agora sei cantar e o bolero de Maurice Ravel sempre me emociono.Me recuso a morrer sem que posso ouvir tocar ao vivo mais uma vez.A Música e a Dança são expressão do Divino e Maravilhoso Deus Geová.Amo
Legal terminar a seleção com um musical indiano. Legal terminar com uma coreografia que tem Hrithik Roshan dançando. Mas não essa. Eu escolheria a energética cena de abertura de Doom 2:
https://www.youtube.com/watch?v=oHDl2TY2q5E
Que maravilha; como foi bom rever. OBRIGADA
Que bom que você curtiu, Norma! Um grande abraço pra você.