Trio de ouro?

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levy

O dono das mentes e corações dos petistas, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva declarou durante a campanha: “O mercado não vota!” Tinha e tem razão, o tal “mercado” não vota, mas é uma entidade temida ao redor do mundo, pois julga palavras, atitudes, inércia e expectativas ininterruptamente, sem se acanhar em mudar de posição, o que apavora os políticos. E é importante não desagradá-lo, pois tem a chave do cofre do mundo.

Com isso na cabeça, o governo busca justamente agradar e afagar o mercado com a possível nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, ladeado por Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (permanecendo no Banco Central). Levy é conhecido por sua postura austera com as contas públicas, problema atual que poderá levar a perda do investment grade do país. A indicação da trinca garante a presença de um quadro do PT na equipe econômica (com Barbosa), invertendo a importância do Planejamento em relação à Fazenda, com alguém que mantém bom trânsito, de novo, com o mercado, mas que já se sabe abre mão de alguns pontos do superávit primário em favor de políticas sociais. Tombini, como se sabe, obedece fielmente à presidente, apesar de reclamar da gastança do atual ex-ministro Guido Mantega.

Vivemos um momento delicado, em que são divulgados números péssimos da economia do país em 2014, pontuado por revelações cada piores sobre os meandros das negociações dentro da Petrobras. Uma pretensa reação eufórica tenta mascarar a ambiguidade da escolha. A presidente Dilma Rousseff é centralizadora, autoritária e tem certeza que entende de economia. O PT tem um projeto de perpetuação no poder, convencido de ter a chave do paraíso para os desafortunados do país. Os aliados da base de apoio no Congresso querem recursos do orçamento para gerir e assim ter poder. E nós somos apenas cobaias para mais essa mistura explosiva. O mercado vai julgar, sem sentença a ser cumprida, as atitudes e as entrelinhas, os nomes já foram “aprovados”. Existe uma lista de medidas que deveriam ser tomadas para a recuperação da credibilidade, antes de mais nada, e do crescimento a posteriori. E vai observar cada item.

Não participo da euforia. Acho que a equipe já começa rachada, com o PT torcendo o nariz para Levy, e o Planejamento tendo mais importância que a Fazenda. Essa história no passado não deu muito certo, Reis Velloso X Simonsen e Serra X Malan, os mortos e feridos sempre farão falta. As pastas são complementares, mas agora é preciso união para convencer que a credibilidade será recuperada, e não uma maior influência de um ou outro. Além disso, quem serão os auxiliares de Levy no governo? Técnicos que trabalharam com ele no governo FHC? Como isso será observado pelo PT, em tempos de elevada beligerância?

A ambiguidade nas atitudes na área econômica durante o primeiro mandato da presidente Dilma custou muito em reais e em credibilidade. Não há mais saldo em nenhuma das duas contas, logo boas expectativas serão levadas em consideração, mas o real aval para a manutenção de janelas de captação de recursos externos só valerá mediante a tomada de atitudes imediatas, que determinem que o risco do país não subirá mais. Os custos dos números ruins de 2014 e do escândalo da Petrobras nas barbas de pessoas como Lula, Dilma, Mantega e outros ainda estarão nos noticiários por semanas. É preciso mudar imediatamente o direcionamento dos holofotes para que não haja necessidade de se esconder, como tem feito ultimamente aquele sujeito que não gosta do “mercado”.

 

 

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