Fico com as duas

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Fã das duas I

Paulista acariocado, o “Rei da Noite” Ricardo Amaral declarou, certa vez, que o ideal seria passar o dia no Rio de Janeiro e a noite em São Paulo. Observou também que enquanto as mulheres cariocas são lindas de dia, as paulistas são imbatíveis à noite. De volta à cidade, depois de uma temporada de 28 anos em São Paulo, as diferenças de estilo entre as duas não me passaram despercebido.

Tem feito um calor extemporâneo no Rio nesse finalzinho de inverno e as praias começaram a lotar antes do período tradicional. Aproveitando o sol, a carioca volta a apresentar um tom de pele primavera-verão, que eu adoro. A maioria dispensa a maquiagem, uma constatação que eu já vinha fazendo, ou usa apenas o mínimo indispensável. É verdade que poucas realmente podem desfilar por aí com a cara lavada e o cabelo molhado, visual que combina tanto com a cidade. Em São Paulo, sem a benção das praias, as mulheres tendem a ter menos cor. Daí um uso mais intenso da maquiagem. Volto a lembrar de Ricardo Amaral. Nada é tão atraente  quanto um rosto lavado, recém-saído da praia ou que uma mulher produzida para sair à noite.

As nuances na moda acabam também me chamando a atenção. Afinal, tenho duas filhas paulistas, completamente diferentes uma da outra e sempre tive cuidado em comprar roupas para elas que respeitassem suas características físicas e seu gosto. Atualmente aqui no Rio adotou-se esse estilo chamado de hippie-chic, que acho bonito. Na última passagem pela cidade, minha caçula fez até algumas compras. As cariocas ficam lindas nesses vestidinhos soltos no pós-praia, nas sorveterias, em dias de calor não tão forte.

paulistas produzidas

Em São Paulo, a moda é mais conservadora, se é que existe algo conservador nos dias de hoje. As mulheres capricham bem mais no visual para a noite. Não concordo com o Caetano Veloso, ele falou há décadas da “deselegância discreta de suas meninas”. Não é verdade. No quesito noite, não há termos de comparação em relação ao cuidado e ao apuro no vestir.

No que diz respeito a joias, as diferenças são ainda maiores. A carioca chega a esbarrar na hipocrisia ao associá-las a uma forma de ostentação, enquanto veste peças aparentemente simples que custam tanto quanto muitas joias. Pode ser que esse despojamento seja também consequência de uma questão de segurança. A paulista não tem esse tipo de objeção. Há espaço para quem gosta e para quem não gosta. Sem essa de ostentação.

O que para mim fica claro é a perfeição da observação de Ricardo Amaral. Quanto mais observo, mais me encanto com as duas mulheres lindíssimas: a do dia, com sotaque chiado e sempre balançando sob tecidos finos dos vestidos e sandálias rasteiras, e a da noite, atenta ao que acontece em volta de si, mais fechada nas roupas, e montada nos saltos. Se for possível escolher, fico com as duas.

 

 

 

 

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