Foram muitas as paixões, as entregas, os risos, as alegrias, os suores trocados, as juras eternas, tudo celebrado por pequenos e cotidianos gestos de amor que nada têm de original. Mas quem disse que a originalidade é imprescindível nessas horas? Admito que nada fiz que outros milhões de apaixonados não tenham feito antes e que, com certeza, continuarão a fazer por muito tempo:
– Colocar pasta de dente na escova antes dela dormir, e antes dela acordar;
– Dar flores sem nenhum motivo especial, mas sem exagero;
– Deixar recados em gavetas para serem encontrados acidentalmente, fazendo com que ela abra um sorriso que eu não posso ver mas que sempre gostei;
– Saber de antemão quando ela quer sentir um pouco de arranhão da barba no pescoço ou quando prefere o rosto liso para o carinho;
– Oferecer seu bombom preferido no meio da semana causa reclamações, — não é dia de comer doce –, mas quando o segundo aparece, ela se derretia sorrindo.
– Café na cama pode ser um pouco ou muito desconfortável, apesar de fazer uma bonita figura. Bom demais é deixar a mesa posta com tudo que ela gosta num daqueles domingos de preguiça.
– Um convite inesperado para a viagem para um local esperado;
– Passar o dia na praia sem hora para nada e só o mar e o sol por testemunhas;
– O vinho normal, numa ocasião que se torna especial;
– O dia-a-dia sem estresse, o jantar pronto porque cheguei antes da hora, saber que vai passar aquele filme com o ator predileto dela, fingir algum ciúme e ver junto com pipoca;
– Esquentar a cama com secador de cabelo em dia de muito frio;
– Fazer exercício juntos e gostar de vê-la batendo seus recordes;
– Brigar com motivo, discutir com educação, perdoar no primeiro momento que perceber o erro;
– Não gostar do atraso, mas perdoar pela beleza. Não achar graça na indecisão eterna, mas rir quando escolhe o de sempre;
– Nunca falar mal do cabelo, reparar quando cortaram “muito”, isto é, as pontas, e elogiar o esmalte.