Regras de convivência

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civilidade IV

Muito se fala da falta de educação do povo brasileiro. Concordo tanto do ponto de vista do pouco tempo passado nos bancos escolares recebendo ensino de má qualidade, como também identifico outro problema, o que eu chamaria de deficiência no quesito civilidade.

É provável que alguém apareça e se arrisque a argumentar:

— Mas lá fora é igual, fui…e…

Não encorajo comparações, portanto não vou fazê-las. O que digo é que a tal da civilidade pode ser conseguida quando se desenvolve uma relação de mais respeito entre as pessoas. Basta entender que toda a convivência em comum pode melhorar quando começarem a se respeitar mais e a prestar um pouquinho mais de atenção no bem-estar geral e não apenas no conforto individual.

Civilidade é dar bom dia, boa tarde e boa noite a todos que encontramos ao longo do dia, conhecidos ou não, e principalmente àqueles que estão nos servindo em algum momento.

Civilidade é dar lugar aos que têm alguma dificuldade física ou mental, aos idosos, e as mulheres, todas, em especial às grávidas e àquelas com acompanhadas por crianças.

Civilidade é andar na escada rolante do lado direito, dando passagem a quem precisa e quer ir mais rápido.

Civilidade é pegar e saltar no ponto certo quando andar de ônibus, exatamente como acontece no metrô.

Civilidade I

Civilidade é atravessar na faixa.

Civilidade é o motorista jamais fechar cruzamentos e respeitar os limites de  velocidade.

Civilidade é o ciclista entender que o pedestre é o mais fraco e respeitá-lo como tal.

Civilidade é não cuspir ou fazer qualquer outro tipo de necessidade fisiológica nas vias públicas.

Civilidade é jogar o lixo na lixeira. O chão das vias públicas deve ser limpo.

Civilidade é respeitar as filas e não se valer de nada para prejudicar os demais que permanecem à espera de sua vez.

Civilidade é falar baixo em locais fechados, é escutar música em volume normal quando tiver pessoas perto.

Civilidade é usar o celular apropriadamente, sem incomodar os outros. E desliga-lo durante espetáculos e sessões de cinema.

Civilidade pode ser mais uma série de outras coisas, mas para mim significa principalmente ser educado e gentil com o próximo. No Rio, a frase “Gentileza gera gentileza” virou um mote, vendeu camisetas e outros tantos objetos. Só falta por em prática.

No final das contas, todos terão um pouco de vergonha por talvez não conseguir fazer uma Copa do Mundo como prometida. Sinto mais vergonha da nossa falta de civilidade, que dura e durará ainda muitos anos. Está na hora de começar a pensar – e agir – de uma forma diferente.

 

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Sem comentários

  • Mauro. Coincidentemente, esta semana me coloquei a refletir sobre o que você escreveu antes mesmo de conhecê-lo. Até pensei em dedilhar algumas palavras sobre isso em meu perfil, mas logo me desencorajei, pois existe um abismo enorme entre o ativismo de butique e as práticas de civilidade necessárias para que a vida seja pelo menos suportável. Falta-nos muito para impressionar qualquer gringo, mas antes que o futebol seja pretexto, que tenhamos a consciência da necessidade de relacionar a boa educação à civilidade. Estava na sacada de meu apartamento, observando atentamente a postura de pedestres e veículos que passavam pela rua. Era perceptível, que para que me sentisse seguro nesse caos, um mínimo de respeito ao próximo faria toda diferença. Não sei se sou dos mais éticos e civilizado no meu dia a dia, mas de tão incomum que é a demonstração de respeito ao próximo, que é perceptível o olhar de espanto de um pedestre quando paro meu carro antes da faixa para ele atravessar. Justamente onde não deveria haver espanto algum. É triste isso, mas por outro lado, devemos contaminar as pessoas com nossos exemplos… e isso também educa. Eu é quem lhe agradeço pela sacudida. Um forte abraço. Adauto. Foz do Iguaçu.

    • maurogiorgi01 disse:

      Adauto, obrigado por ter lido, antes de qualquer coisa. Penso como você, tento ser o mais civilizado possível, é claro que as vezes escorregamos aqui ou ali, mas importante é praticar.
      Abraço forte.

  • niskki disse:

    Ótimo texto.
    Com certeza, civilidade é tudo aquilo que todos precisam mas poucos estão dispostos a dar.

  • Mauro, concordo com você com uma pontada funda no peito. Vi que você morou em Sampa e deve ter presenciado isso inúmeras vezes: a falta de civilidade por aqui impera cada dia mais forte. Nas estações de metrô, no trânsito, nos shoppings, nos serviços públicos, hospitais. Enfim, está cada dia mais raro encontrar um cidadão que esboce um sorriso e te cumprimente, diga obrigada(o), ceda o lugar para um idoso, um obeso, uma grávida ou um deficiente. Amo minha cidade mas confesso que tenho me sentido um verdadeiro E.T. em terras tupiniquins. Mas não abro mão da gentileza e da educação. São valores que recebi e repasso. Excelente seu blogue. Vou virar freguesa. Abraço!

    • maurogiorgi01 disse:

      Roseli, morei 28 anos em São Paulo e adoro a cidade onde fui muito feliz. Realmente por várias razões a cidade ficou mal educada e sisuda. Aqui no Rio onde se tem a falsa impressão do sorriso pronto também está assim. O que se tem na ponta da língua é o deboche confundido com bom humor. Mas a gente vai tentando fazer uma parte. Obrigado pelo elogio. Abraços.

  • Muito bom, Mauro. Esse texto e para ler com muita atenção e guardar. Para sempre. Civilidade é artigo muito raro neste país.

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