Num final de tarde, meu primo postou no Facebook um link sobre as cem cenas mais marcantes do cinema, de acordo com um site especializado. Por lá mesmo começamos a discutir quais aquelas que concordávamos e outras que teriam sido injustamente omitidas. Chegamos à conclusão de que seria conversa para varar a noite em mesa de bar.
Com aquilo ainda na cabeça, comecei a pensar em quais seriam as dez cenas mais marcantes de todos os filmes que vi. Quero ressalvar que estou longe de ser um entendedor sobre o assunto, e sim um curioso. Uma pessoa que gosta de cinema.
– Poderoso chefão I – Don Corleone (Marlon Brando) vê o filho Sonny (James Caan) morto após ser baleado em emboscada e diz ao agente funerário: “Veja como massacraram meu filho”. Essa é mesmo de doer…
– Um estranho no ninho – A enfermeira megera não dá permissão para que os internos liguem a TV para assistir a final do campeonato de beisebol. Com o aparelho desligado, a sala começa a esvaziar, mas McMurphy (Jack Nicholson) começa a simular a transmissão de um jogo. Todos voltam lentamente e vibram com ele a cada lance. Loucos são seduzidos por palavras.
– Jerry Maguire – A Grande Virada – Ao telefone, o agente de jogadores de futebol americano Jerry Maguire (Tom Cruise) pergunta ao seu único cliente o que ele quer e Rob Tidwell (Cuba Gooding Jr) diz a frase que ficou famosa: “Show me the Money”. Essa frase nos guia.
– Planeta dos Macacos (versão original, de 1968) – Na cena final, Taylor (Charlton Heston) a cavalo numa praia descobre que o tempo todo estava na Terra. Ao ver a Estátua da Liberdade, partida, na beira do mar, exclama: “Seus malditos, vocês conseguiram!” Será que um dia passou pela cabeça de alguém que tal destruição seria mesmo possível?
– Casablanca – na sequência final Rick (Humphrey Bogart) ajudando Ilsa (Ingrid Bergman) a fugir trava um diálogo final com o grande amor de sua vida, dizendo-lhe para ficar com as lembranças na famosa frase: “Nós sempre teremos Paris.” Um lugar especial, as memórias, os bons momentos nos acompanham sempre.
– 2001: Uma odisseia no espaço – Os astronautas Dr. David Bowman (Keir Dullea) e o Dr. Frank Poole (Gary Lockwood) são entrevistados pela BBC junto com o computador HAL 9000, que responde a uma pergunta do jornalista com a seguinte frase: “Sou infalível e incapaz de erro”. Todas as histórias de bugs começaram aí.
– Wall Street – Poder e cobiça – Em uma manhã com bonito nascer do sol, Gordon Gekko (Michael Douglas) liga de um celular que mais parece uma caixa de sapatos para Bud Fox (Charlie Sheen), ainda adormecido, e diz: “O dinheiro nunca dorme”. Não dorme mesmo, nem cochila.
– Chinatown – Ao se apresentar, Noah Cross (John Houston), poderoso político de Los Angeles diz: “Claro que sou respeitável, sou velho. Políticos, prédios feios e prostitutas se tornam respeitáveis se durarem muito”. As pessoas, verdade seja dita, em geral têm péssima memória e absolvem a todos.
– Gladiador – Antes de mais uma luta, seu dono, Proximo (Oliver Reed), diz a Maximus (Russel Crowe): “Ganhe a multidão e ganhará a liberdade.” Sempre foi assim e sempre será.
– Psicose – Ao justificar a maneira como a mãe o trata, Norman Bates (Anthony Perkins) diz a Marion Crane (Janet Leigh): “Todos nós ficamos um pouco zangados de vez quando, não ficamos?”. Tem toda a razão, eu que o diga.
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