Porta fechada

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Não é amor o que sinto por ela, percebo acanhado. É paixão, uma paixão tão forte que me impede de parar e dizer o quanto estou sendo impiedoso com seu coração.

E a paixão consome. A energia despendida nunca mais é reposta. A cada cicatriz deixada por uma paixão que termina, meu coração me pede calma e um amor duradouro. Impossível! Pois ele me foge assim que me conhecem de verdade.

A paixão não precisa ser provocada. Nasce espontaneamente. Sua duração é um mistério e uma existência mais longa que o normal é o deboche do amor.

A paixão mora nos olhos, na vivacidade de um olhar; surge de um flerte inocente que acende algo de inexplicável que não se aplaca antes de enjoar.

A paixão é suicida. Ao pressentir a proximidade do final, ela se mata, se anula, se engana, se esgota e se machuca ainda mais.

Se o coração obedecesse à razão, a paixão poderia ter vida mais longa e mais chance de se transformar em um verdadeiro amor.

O amor acontece quando a paixão fala pelo silêncio. O silêncio do coração é a vontade do outro de escutar o que quer ouvir.

Mas não fujo das paixões. Não fujo da possibilidade da dor do engano. Não fujo de sua raiva ao compreender que meu coração não quer mais pertencer a ninguém; pertencer a mim mesmo já é tarefa muito árdua.

 

 

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