Por que as escadas rolantes dos shoppings não são sequenciais e temos sempre que dar uma volta para prosseguir com a subida ou com a descida?
Por que chamam meu carro de “usado”, enquanto aqueles que estão à venda nas lojas são “seminovos”?
Por que os tais carros seminovos sempre parecem ter pertencido a professoras e médicos? Existe alguma pesquisa que demonstrem que eles dirigem melhor ou que mantêm os veículos guardados na garagem na maior parte do tempo?
Por que todo o político tem que pegar crianças no colo e comer o que for mais popular, mesmo sem gostar de nenhuma das duas coisas? Isso faz dele um sujeito melhor ou garante que ele deixará de roubar?
Por que reclamamos dos políticos ininterruptamente durante seus quatro anos de mandato e o mantemos em seus postos depois das eleições seguintes?
Por que cobram preços quebrados para produtos e serviços se o caixa nunca tem troco?
Por que os vendedores das lojas de roupa tentam nos convencer de que uma peça um número abaixo do nosso ficou “perfeita” e é a nossa “cara”?
Por que insistimos em correr o risco de nos banhar nas águas impróprias de centenas de praias espalhadas pelo país? Não acreditamos em ninguém?
Por que a meteorologia só acerta quando precisamos que as condições climáticas sejam o contrário do previsto?
Porque certas mulheres usam roupas apertadas para se exercitar e mantêm um casaco preso sobre a bunda mesmo quando faz quarenta graus à sombra?
Por que nunca estamos satisfeitos com o clima? Ora faz calor demais, ora está frio demais ou chove demais. E por que tudo precisa ser devidamente compartilhado via Facebook como se ninguém visse ou sentisse?
Porque os táxis rodam com os aparelhos de GPS sempre desligados e os motoristas nunca dispensam a clássica pergunta: “Por onde o senhor prefere ir”?
Por que nas ligações matinais as pessoas sempre perguntam: “Tá acordado?”
Por que as pessoas quando viajam filmam e fotografam a cada quinze segundos em vez de usar os próprios olhos para registrar o que veem? A quem vai interessar tantas fotos depois que voltarem para casa?
Por que insistem em perpetrar aquele trocadilho infame na hora da sobremesa, quando servem pavê na casa de algum amigo?
Por que fazemos tantas perguntas em busca de uma resposta lógica? Afinal, ninguém consegue exercitar a lógica 100% do tempo, mas alguns, convenhamos, exageram na sua cota de besteirol.
Talvez seja mesmo melhor deixar o dito pelo não dito. Caso contrário, teríamos bem menos assuntos para conversar.