Tudo em gotas 11

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Gotas 11 I

E lá vamos nós para fevereiro! O saldo da balança comercial iniciou o mês com mais um déficit. Na primeira semana, as importações superaram as exportações em 1,7 bilhão de dólares, acumulando em 2014 um déficit de 5,76 bilhões. O relatório Focus estima o superávit em oito bilhões de dólares. Porém, não acredito que ultrapasse os seis bilhões.

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Diversas reportagens foram publicadas sobre o atraso nas obras de linhas de transmissão, o que pode deixar o sistema de energia do país sujeito a “apagões”. Seria mais simples que alguém falasse a verdade. Após a MP579 nenhum ativo de transmissão é remunerado, isto é, quem transmite recebe tarifas referentes à quantidade de energia que passa, mas o investimento não é mais remunerado. Não há o retorno do foi investido. A explicação do governo é de que como sempre há o que transmitir o risco é baixo e não há necessidade de remuneração ativo.  Então fiquemos com o atraso.

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O IPCA de janeiro e a primeira prévia do IGPM de fevereiro vieram abaixo das expectativas, o que é uma excelente notícia. A comparação com o primeiro trimestre de 2013 fica ainda mais importante, pois no ano passado houve um choque nos preços dos alimentos. Esses índices mais baixos retiram a pressão das próximas reuniões do COPOM. As estimativas para novas altas da taxa básica de juros, na próxima reunião, caíram de 0,50pp para 0,25pp.

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gotas 11 II

O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), responsável pelo pagamento do Seguro-Desemprego e do Abono Salarial do PIS, fechou 2013 com déficit recorde de 10,37 bilhões de reais, e projeta-se para 2014 um crescimento de 32% nesse déficit para novo recorde. O Tesouro Nacional não pode fazer aporte e o Fundo não tem mais reservas de aplicações financeiras. Poderá ter que pedir de volta recursos emprestados ao BNDES, que estão aplicados em projetos de infraestrutura de maturação superior a dez anos. Corre-se o risco de ver em ano eleitoral o governo querendo mudar a regra do Seguro Desemprego. Mas e o pleno emprego? Vai entender!

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A indústria foi a vilã de 2013. Apesar de ter crescido 1,2%, a atividade industrial não recuperou a queda de 2,5% de 2012. Na questão do emprego, 2013 repetiu o ano anterior. Dois anos consecutivos de redução do emprego, de 1,4% e de 1,1% respectivamente. Como já comentei aqui, esse setor da economia é o mais sensível à falta de planejamento. E parece-me que 2014 não deve ser tão diferente. Por ser um ano eleitoral, sazonalmente é mais cauteloso, e sem saber que poderá e como recuperará a economia do país em 2105, não será a indústria a contribuir com uma alta expressiva do PIB. Aliás, muito pelo contrário.

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Em 2014, nova safra recorde de acordo com o IBGE e CONAB. Mais de 193 milhões de toneladas. Uma notícia positiva de maneira geral, tanto para a inflação e para os juros, como para balança comercial. O que fica de dúvida é sobre o escoamento, o custo de embarque para o exterior ou consumo interno versus o que se vê no exterior. Assim, mais uma vez teremos o eterno debate sobre infraestrutura na imprensa e promessas e mais promessas. Os leilões de rodovias aliviarão este pesadelo em 2015 ou 2016. Aliviarão, mas não resolverão. Ferrovias e portos, só para 2017 ou 2018. Até lá ainda teremos custos desnecessários e perda de competitividade.

 

 

 

 

 

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