Desinformação

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O excelente jornalista Janio de Freitas, do Conselho Consultivo da Folha de S.Paulo, escreveu hoje, dia 26 de janeiro, um artigo sobre a ida da presidente Dilma Rousseff a Davos. (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2014/01/1403044-as-dilmas.shtml). Por vício de formação ou pouca informação, porém, ele comete alguns equívocos ao analisar determinados tópicos econômicos que tratarei a seguir:

– Desnacionalização: conforme colocado, não tem qualquer relação com concessão, privatização ou investimentos em atividades existentes com capital externo. Afinal, há cerca de trinta anos já se fala em globalização, movimento que divide opiniões. Mas realmente prefiro o capital de qualquer origem encarregando-se da produção de carros, deixando que o governo cuide de coisas mais importantes como as nossas já famosas mazelas na saúde, educação, segurança, e transporte público.

– Reinvestimento e Empreendedorismo: são assuntos distintos e ambos produzem crescimento econômico. O custo do dinheiro e da burocracia é tema que ocupa todas as associações de empresários e também centros acadêmicos. Vejamos porém quem é o maior devedor, aquele que sorve todos os recursos dos investidores? O Governo. E quem é o responsável pela burocracia e pelo desrespeito a prazos e orçamentos? O Governo. Todos têm o direito de falar mal do empresário brasileiro, caso lhes aprouver, mas a generalização lembra discursos das décadas de 1960 e 1970 que não estão à altura do colunista em do veículo para o qual escreve, a Folha de S. Paulo. E serve ainda menos para se referir à maioria dos nossos empresários.

– Aumentos dos Juros:  não foi uma questão de vontade, e sim uma necessidade pelo tratamento irresponsável que o governo destinou aos preços. Seria preciso uma aula para ensinar que em economia os preços, todos, guardam entre si correlações, e baixar os juros, um dos preços mais importantes, por mera vontade política, desarruma um país. Ninguém cedeu ao aumento dos juros; a alta é consequência de quem gasta mal, apesar de arrecadar muito.

Se a presidente Dilma tivesse sido menos “criativa” na contabilidade, talvez nem precisasse ir a Davos chover no “temporal”. Os investidores estariam aqui e sem precisar de juros altos.

 

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Sem comentários

  • lott disse:

    Caro amigo, vc como economista pode me ajudar. Tenho uma dúvida quanto a seguinte observação sobre os juros praticados: Em todo o mundo as taxas de juros são mais baixas que a nossa, pq isso? A receita estrangeira é geralmente esta: sinal de recessão diminui-se o juro. Por que a nossa é diferente? Pq temos sempre que aumentar os juros? O assunto é muito extenso ou pode ser respondido neste espaço?

    • maurogiorgi01 disse:

      O assunto é extenso demais. No entanto observe que no Brasil há controle de preços, os governos interferem na oferta e demanda e em economia quanto mais livre, maior a influência de fatos como alta e baixa de juros. Observe também que os impostos são parte maior dos preços, deixando pouco espaço para as pressões naturais do mercado como safra, entressafra, concorrência, ou importações. E observe finalmente que o governo gasta mal, sendo necessária que sua dívida nunca consiga variar abaixo da inflação, num processo de realimentação dos juros. Se a explicação foi com muito economês me avise. Abraços.

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