Política industrial é o nome que se dá ao conjunto de medidas ou diretrizes que um governo põe em andamento para fortalecer e desenvolver da melhor maneira possível o setor industrial de um país.
Entre as medidas diretas mais utilizadas temos:
- crédito subsidiado
- linhas de crédito específicas para desenvolvimento e tecnologia
- políticas tributárias específicas
- zonas de produção incentivada
As políticas monetária, cambial e de comércio exterior também possuem aspectos que afetam diretamente o setor industrial e que fazem parte da política para incentivá-lo.
Entre os três setores que compõem a economia, o industrial é o mais recente, mais ainda no Brasil, tendo seu início estabelecido com a inauguração da Companhia Siderúrgica Nacional, em 1946. Desde então,sua importância aumentou muito e foi o grande responsável pela urbanização do país.
Deixando a história de lado e falando dos últimos quatro anos, chegamos a assombros que só poderiam ter sido produzidos por quem não enxerga outro horizonte que não seja a eleição.
Hoje em dia, com um parque industrial estabelecido, o que se quer é uma política industrial com pouca intervenção estatal e sinais claros e coerentes do que se fará na esfera econômica.
Mas não foi isso o que se viu. Não vou aqui enumerar os fatos, mas questionar.
Que empresa investe se a taxa básica de juros em 21 meses cai de 12,5% aa para 7,25% aa e depois de dezessete meses vai a 12% aa? As condições da economia no mundo não oscilaram dessa forma. Isto é fruto de intervencionismo barato e pouco inteligente.
Que empresa investe se o dólar nos mesmos períodos vai de R$1,56 até R$2,03 e depois a R$2,27 com o governo negando o cambio flutuante e dizendo que tem colchão de 350 bilhões de dólares em reservas? Que sinais são esses?
Que empresa investe quando o governo segura os preços administrados e mesmo assim a inflação não converge para a meta?
Em que outras promessas o setor industrial deveria acreditar?
As ações anticíclicas, que favoreceram a indústria com desonerações de alguns impostos na produção e na folha de pagamentos, privilegiaram alguns setores, mas não foi algo realmente pensado a fim de buscar algum tipo de crescimento econômico que compensasse a menor arrecadação. Resultado: o governo ampliou sua dificuldade em produzir superávits primários, deu sinais de pouca clareza a credores e não ajudou as empresas, pois as escolhidas encolheram seus investimentos.
A pressão exercida pelo mercado de trabalho, que tomou por base os aumentos reais do salário mínimo, vem elevando os salários na indústria acima da produtividade obtida, nos alijando cada vez mais do comércio mundial.
Ao sair da fábrica o produto pronto enfrenta outro “monstro” que habita a economia brasileira há décadas, cuja destruição é impedida, em cada tentativa, por interesses ideológicos, eleitoreiros e escusos. O antigo Custo-Brasil agora se chama de Gargalo da Infraestrutura, com rodovias que após muita discussão estéril começam a ser concedidas à iniciativa privada; com ferrovias inexistentes (apesar de plano miraculoso de recuperar e criar um total de 6.000 quilômetros que nunca saiu do papel, apesar de ter sido “inaugurado”), e portos e aeroportos que envergonham a todos.
E o resultado disso tudo? Menor peso da indústria no PIB, deixando a atividade econômica ser regida por setores com mais volatilidade como agricultura e serviços. O governo conseguiu desarrumar tudo! O preço para o país? De cinco a oito anos para recuperar o equilíbrio, isto é, se tudo for feito pelos manuais.