Imagina depois da Copa!

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Fim das Promessas I

No início de março, pouco depois das promessas feitas pela presidente Dilma à comunidade financeira durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, escrevi no post intitulado Panela de Pressão que a pressão a que o governo se impunha, em momento equivocado, deixava nas mãos (ou nos pés) da Seleção Brasileira a tarefa de salvar o ano. Bem, como sabemos, a equipe nacional ficou pelo caminho de maneira desastrosa. E a economia brasileira segue o mesmo estilo. Tudo indica que 2014 e, muito provavelmente, 2015 serão igualmente complicados.

Foram inúmeras as vezes em que falei sobre a baixa credibilidade da equipe econômica e sempre que a atual presidente apresenta um revés nas pesquisas eleitorais, os indicadores do mercado financeiro festejam. O ex-presidente Lula, com sua tradicional verborragia vaticinou: “O mercado não elege ninguém e nunca votou em mim”. Na mesma frase constatam-se dois erros: 1) O mercado é o demonstrativo de confiança entre o setor privado e o público, e se não elege ninguém, dá uma “bela” ajuda; 2) Esse mercado votou pela reeleição de Lula e pela eleição de Dilma. Então a desconfiança atual se reflete na falta de investimentos, que desemboca no baixo crescimento do PIB e nas remarcações de preventivas de preços

Os últimos dados de contas públicas e externas demonstram que caminhamos no limite do aceitável para um ano eleitoral, mas já acendeu há meses a luz amarela para 2015. Aí realmente vêm a desconfiança e a perda de credibilidade.

Em termos de discurso, o bom resultado do evento Copa do Mundo dentro do campo e do “jeitinho brasileiro” fora do campo servem de munição de curto prazo para o governo, mas os números da economia seguirão semana após semana desafiando suas promessas e projeções. A artilharia da contabilidade criativa tem ainda trunfos em adiantamento de dividendos por parte da CEF, BNDES, e BB, e o leilão da banda 4G em outubro. Por  outro lado, o custo dos erros da redução de tarifas de energia elétrica de 2012, somada à seca histórica, desafiam o Tesouro Nacional e sua capacidade de convencer os bancos a emprestarem mais dinheiro ao setor. Assim, nas próximas seis a oito semanas, período que antecede a divulgação do PIB do primeiro semestre, observaremos os indicadores do agora execrado mercado oscilando negativamente a cada número ruim da economia e positivamente a cada queda do PT nas pesquisas eleitorais.

O tempero extra ficará por conta do mau desempenho da economia europeia, que já deveria estar estabilizada, e do desempenho melhor da economia americana, que recupera-se um pouco mais rápido que o esperado.

Enfim, o mar não está para o nosso peixe, mas como também não está para alguns outros tenho certeza de que em vez de olhar para dentro, o governo se desculpará falando dos demais.

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Sem comentários

  • Adriana Berg disse:

    A nossa “sorte” é que a presidente conseguiu fazer pior que seu antecessor, nos dando uma chance real de acabar de uma vez por todas com esse partido no governo. Mas é só o que se pode comemorar, pq temos um longo e árduo percurso pela frente…

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