Mais uma vez o ministro Mantega reclama sobre o que falam do Brasil. A agência de classificação de risco Standard and Poor’s rebaixou a nota de crédito do país em um nível, como já era esperado por muitos, deixando-o a um degrau da perda do Grau de Investimento.
A agência alega que a insuficiência de crescimento, a inconsistência na política fiscal e a deterioração das contas externas levaram ao rebaixamento. É fundamental colocar que as agências não são uma espécie de oráculo infalível, mas exercem importante papel na formação de opinião e principalmente no direcionamento de investimentos de fundos de investimentos e de pensão ao redor do mundo. As análises tendem a projetar o futuro e é isso que mais uma vez o governo não entendeu.
Na seqüência, o ministério da Fazenda soltou uma nota falando sobre diversos dados do passado, entre 2008 e 2013. Mesmo assim, nesse período onde se comparou o Brasil com os países do G20, não houve a compreensão de que os sinais dados pelo governo nunca se concretizam e que houve um basta. Se houver a manutenção da má qualidade das contas externas, conforme o próprio BC projetou; se não conseguirem o superávit de 1,9% do PIB; se o crescimento do PIB não for 2,3% conforme projeções do governo; e se a inflação não ficar abaixo dos 5,91% do ano passado, vai haver novo rebaixamento. O principal problema é a falta de comprometimento do governo. O superávit primário do ano passado teve nova “maquiagem”, com diversos repasses de dezembro sendo feitos em janeiro, além de represamento de verbas orçamentárias liberadas também em janeiro.
Então, ministro Mantega, menos mimimi e mais economia.