Ai que preguiça!

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bicho preguiça

Nenhum governo gosta de críticas. Nenhum governo tolera o pessimismo. Nenhum governo enxerga a realidade.

Em outubro de 2013 se desenhava no horizonte algo que foi batizado como a “tempestade perfeita”, que consistia na retirada dos estímulos financeiros da economia americana, na desaceleração da economia chinesa, na alta da nossa inflação, na alta do dólar no mercado nacional, no descontrole das contas externas e internas, o que levaria o país ao pior dos cenários para 2014.

Estamos na segunda metade de abril e os estímulos financeiros da economia americana estão sendo de fato retirados, mas de forma gradual. Nosso Banco Central vem injetando diariamente dezenas de milhões de dólares para manter baixa a cotação da moeda americana e para vencer uma das batalhas contra a inflação. A economia chinesa recua lentamente, mas sem trazer os malefícios antes projetados. Por conta dos problemas políticos, bilhões de dólares deixam a Rússia e uma parte deles pousa por aqui. Mas o governo não fez rigorosamente nada. Reclamou, chiou, xingou, se invocou, chegou a fazer pouco da decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s que baixou a nota de crédito do Brasil em março, mas não fez rigorosamente nada. Minto: o BC continua a subir os juros, mesmo que em doses menores nas duas últimas reuniões. Mas canta vitória sobre “os pessimistas de plantão” como diz a presidente.

Desta forma ainda temos inflação flertando com o teto da tolerância da meta; despesas do governo sem ainda mostrar economia e, pior, quem discordou das projeções, como o secretário do Ministério da Previdência, foi demitido; a balança comercial, com Argentina e Venezuela “fechadas”, não consegue sair do vermelho e projetam contas externas ruins pelo quarto ano consecutivo; o que entra de dólares no país é para o mercado financeiro, para aproveitar as altas taxas de juros, e pode sair a qualquer momento; a política energética é um autêntico “samba do crioulo doido” com reflexos negativos na inflação, nas contas do governo, na cotação das estatais na BOVESPA e na credibilidade do país. Enfim de outubro de 2013 para cá tivemos sorte nos aspectos que não controlamos.

E ainda criticam a agência de classificação de risco.

Dentro de cinquenta dias começa a Copa do Mundo, que com certeza terá momentos ótimos e outros de constrangimento profundo dos habitantes responsáveis do país, mas que serão esquecidos, com ou sem triunfo do nosso time. Ao final do torneio faltarão três meses para o primeiro turno das eleições, os números do semestre serão divulgados e serão fracos. O que o governo dirá? De quem será a culpa? Da economia mundial? Até quando usarão antolhos?

O calendário deste ano é difícil. Diria até, que é ingrato para a economia, mas sabíamos há anos que seria assim, e não se fez nada.

 

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