“Quando você vai para cama com alguém, saiba está indo com todos os parceiros anteriores dela e vice-versa”, escutei essa pérola, é claro, na mesa de um bar. Demorei a entender, e esse amigo confessou imediatamente que não era dele a frase, mas também não sabia de quem era, mas achou tão boa que guardou.
Em mesa de bar só com os homens, é claro que o assunto principal é sexo. É um clichê, mas somos previsíveis, está provado!
A partir dessa frase, começamos a teorizar, naquilo que a bebida permitia, o porque da importância da “primeira vez”. Outro querendo também um posto de intelectual interveio:
– A primeira vez é importante para ambos, eu me lembro bem da minha!
Quem está hoje na meia-idade, apesar da adolescência já ser com o advento da pílula, teve, em sua maioria, iniciação sexual com profissionais.
Mas aquela frase foi uma revelação. É claro que pedimos nome e detalhes. Outro clichê. Diante da recusa, estabelecemos regras para as revelações. Sem nomes, sem muitos detalhes, mas deveria dizer se era profissional ou não, se houve outras vezes com a mesma, e se anos depois ainda se falavam ou se viam.
Os três primeiros estavam dentro da média, foi com profissionais, houve outras vezes, e nunca mais se viram.
Era minha vez.
– Não era profissional, houve mais uma vez, nos falamos até hoje.
Silêncio de espanto e um certo respeito.
– Não é possível, você namorava sério, e não foi com ela…você já disse uma vez!
– Eu não disse que foi com a namorada…
Silêncio de desconfiança.
– Um brinde a primeira, quem quer que tenha sido, foi importante, e uma homenagem especial ao amigo que é o maior “moita” e o famoso “come quieto” da turma!
Muitas risadas, brindes, novas rodadas.
A minha primeira vez não foi “maravilhosa”, nem poderia ser, ambos novos, um tanto quanto desajeitados, mas foi mais do que sincero, foi uma iniciação para os dois. A atração era física, nos olhávamos e algo diferente acontecia, mas quando conversávamos, não conseguíamos nem concordar se era dia ou noite. As demais foram ficando boas e nos divertíamos, mas concordamos que não haveria futuro algo daquele jeito, afinal eu tinha namorada.
Aquela iniciação foi importante para o resto da vida, não foi algo como: “ok, já experimentei, vamos lá”, foi mais para “ok, isso é sério”, e por mais vezes que tivessem parceiras de uma noite, nunca achei que fosse mais uma marca a ser alcançada.
Mesa de bar só com homens as vezes arrancam importantes confissões e lembranças, nesse caso boas. Fazia tempo que não falava com minha amiga, queria saber como ela estava, como estavam “as crianças” já crescidas e seu marido, meu grande amigo há mais de 20 anos.
No final, você fala meu amigo há mais de 20 anos sobre o marido da mulher que você teve a primeira vez, imaginei se não era um dos amigos que você estava tendo papo na mesa seria bem interessante. Ele, o marido da mulher, estava na mesa?
Não estava na mesa eu o conheci já casado com ela. Obrigado pela leitura pela ideia, mas aí seria ficção.
Primeira vez…. a primeira foi boa – meu marido, à épocakkkk, mas acho que não necessariamente temos que pensar em termos absolutos. A primeira pra mim foi aquela em que o coração quase saiu pela boca e eu não queria que terminasse, queria que o mundo literalmente parasse ali e aquelas ondas se perpetuassem. A primeira será sempre a que conseguir reproduzir em meu corpo e em minha alma aquelas sensações. Só descobri o amor depois da separação, portanto, não absolutizo nada. Adorei vc trazer um tema tão íntimo de forma tão leve, posso dizer que vc(s) é(s) o cara(s)?
Obrigado mais uma vez sobre os elogios, quando resolvemos fazer o blog era para se expor mesmo, e não deixei e não deixarei nenhum assunto de lado. Claro que com luvesse e clareza que os leitores merecem.
“Só descobri o amor depois da separação”. Me identifiquei
Não há momento certo para descobri-lo. Fico feliz.
Adorei! Coisas de homens, conversas que saem verdades… Bom demais! E primeira vez bem marcante essa!
Beijos
Adriana
Obrigado! O que posso dizer é que essa é autobiográfica. Beijos.