Quem vai descascar o abacaxi?

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dúvida na fazenda IV

No início da campanha presidencial, o candidato do PSDB Aécio Neves anunciou que, caso eleito, seu futuro ministro da Fazenda seria Armínio Fraga. Os adversários podem ser contrários ou achar desnecessárias as medidas que o escolhido e o candidato Aécio colocam como necessárias, mas em nenhum momento há como desqualificar o ex-presidente do Banco Central no governo FHC.

Quando Marina Silva substituiu Eduardo Campos na candidatura à presidência, todos também foram apresentados aos seus assessores econômicos, Gianetti da Fonseca e André Lara Resende, ambos conhecidos e reconhecidos no meio econômico e empresarial.

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, nunca teve um ministério de peso, e o seu ministro da Fazenda, herdado do segundo mandato do ex-presidente Lula, Guido Mantega, é uma figura claudicante, cujo modelo econômico seguido a partir de 2008 foi contestado desde o início. Passados seis anos, seus resultados demonstram ser ruins. Quando anunciada a queda no PIB do segundo trimestre do ano, a presidente logo se adiantou a dizer que, caso fosse reeleita, teria outro ministro da Fazenda, mas não cogitou em dizer seu nome.

Na última semana cresceram as apostas no acionista majoritário e CEO da Coteminas, Josué Alencar, filho do ex-vice-presidente José Alencar. Com bom trânsito no meio empresarial e formação econômica forte, pode ser um nome que imponha a confiança necessária, mas tudo se mantém no terreno das especulações.

Agora, depois do primeiro turno da votação, surgem notícias de que a presidente Dilma usaria o já citado e bem votado Josué Alencar, que se candidatou e perdeu a vaga ao Senado por Minas Gerais, e o CEO da Vale do Rio Doce, Manuel Ferreira, como “pontes” com o empresariado e o “mercado”, com quem a administração atual tem tido grandes dificuldades de comunicação, mas permanece sem definir nomes de governo. Ora, a dificuldade vem da falta de confiança e a mudança de interlocutores não a alterará, se nada mudar no discurso da presidente.

As declarações sobre a falta de necessidade de ajuste fiscal, atribuir o pífio de crescimento do país à crise internacional e à falta de vontade dos bancos de darem crédito, afirmar que um Banco Central independente favoreceria os banqueiros, e que não haverá reajuste maior do que 4% na energia em 2015 são exemplos da falta de sintonia entre o governo e a economia real. O tal “mercado” é reflexo dessas declarações sem propósito.

A colocação imediata de um possível ministro da Fazenda, feita pelo candidato Aécio Neves, deu respaldo a seu programa, dividiu o assunto por mais pessoas e deu clareza às propostas, pois é conhecido o pensamento de Armínio Fraga sobre todos os problemas da economia do país.

A falta de um interlocutor e a atual administração demitida quatro meses antes do término do mandato simplesmente deixou a cadeira vaga e todas as possíveis demandas adiadas para 2015, sendo que a economia continua rodando, só que em velocidade cada vez mais baixa, pois não sabe com quem tratar.

A interferência do atual governo na economia faz com que nada hoje se mova, pois não há diretriz, e se essa falta for um sinal de que haverá mais do mesmo, isto é, que quem manda é a presidente, que também na economia tem raciocínio pouco claro e sem direção, a expectativa para os próximos anos é no mínimo temerosa.

Para que se pudesse projetar com mais segurança o que acontecerá no país, no mínimo em 2015, a presidente poderia sinalizar seu futuro ministro da Fazenda. Caso contrário, até o segundo turno corremos o risco de ouvir apenas o ex-presidente Lula repetir muitas vezes que ninguém “entende porra nenhuma de Brasil”.

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