Duas rodas X duas pernas

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Ciclistas I

Em tempos de intolerâncias como os que estamos passando agora, mais uma batalha começa a ganhar alguns contornos chatos para a cidade que vai encarar mais um verão quente em todos os sentidos. Cresce a animosidade entre pedestres e ciclistas.

Três pontos não podem ser esquecidos de forma alguma. Em primeiro lugar, o pedestre é o elo mais fraco na cadeia alimentar do trânsito; em segundo lugar, somos todos pedestres, e por fim, somos todos mal- educados em relação ao trânsito de pessoas e veículos. Se as regras básicas fossem levadas em consideração, haveria menos conflitos nas calçadas, nas ciclofaixas e nas ciclovias.

Na Urca temos uma orla de 1.600 metros sem nenhuma sinalização ou caminho para bicicletas; é um bairro com grande número de idosos e de grande afluência de visitantes cariocas e turistas, para não falar dos pescadores. Testemunho principalmente aos finais de semana algumas pequenas discussões, pouca compreensão e até alguns acidentes, entre todos esses pedestres e os ciclistas.

Como pude esquecer? O fato é que há uma nova categoria, os “ciclistas de fim de semana” ou os “domingueiros das bicicletas”. São aqueles que andam lentamente, conversando com parceiros de passeio. Para manter o equilíbrio, ziguezagueiam diante dos pedestres e confundem inclusive,  aqueles que se encontram bem de frente para eles. São tão nocivos quanto os motoristas de domingo, que saem com a família para “passear” de carro.

Mais uma vez, como sempre, esbarro no tema da civilidade. Constato mais uma vez que a convivência exige um misto de educação e respeito, itens escassos no mundo e em especial na minha cidade.

Ciclistas V

Sou caminhante e, em algumas oportunidades, corredor. Não são poucas as vezes que tenho que desviar dos ciclistas, pois ultrapassam e invadem a pista na contramão ou espremem os passantes porque algum Lance Armstrong frustrado zune ao lado e, muitas vezes reclama.

Sim, há os que andam ocupando todas as pistas, em turmas de três ou quatro, às gargalhadas, como se tivessem acabado de comprar a via pública, mas esses sofrem “strike” dos que vêm em sentido contrário, a pé ou de bicicleta.

Enfim, é preciso também pacificar as calçadas, ciclovias e ciclofaixas, pois além de tudo, há uma proliferação das bicicletas motorizadas que infernizam a todos. O que será feito? Não sei, tenho poucas esperanças pois o Rio de Janeiro oferece falsas facilidades para este tipo de transporte. Só a orla é plana, existem muitos túneis e faz um calor infernal. A meu ver, a bicicleta serve para o lazer. Então, não espero que haja uma política real em relação a esse tipo de transporte. Isto não implica em deixar de fazer caminhos para as bicicletas, mas não se pode dar prioridade a elas em detrimento do transporte público. E principalmente, é preciso discutir os incentivos para o transporte motorizado individual, mas isso tem a ver com redução de impostos e preço subsidiado do combustível. Hoje falo do combustível mais natural que há, a força de vontade que existe em cada um, seja para pedalar, correr ou simplesmente andar, e a força para tentarmos ser mais educados, cordiais e civilizados no trato com cada um, independente de todas as condições, mas principalmente a de locomoção, direito inalienável de cada um.

 

 

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Sem comentários

  • Republicou isso em Linhas Traçadas…Imagens…e comentado:
    Não basta apenas campanhas feitas pelos órgãos competentes , a colaboração deve ser de todos, motoristas, ciclistas, motociclistas, pedestres…. O trânsito é um espaço de convivência social!
    Regras básicas : Responsabilidade, respeito, solidariedade, cooperação, prudência e tolerância são essenciais para a garantia do direito de ir e vir seguros .

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