Pouca participação do Estado na economia é filosofia de partido político.
Privatização faz parte do projeto de partidos que estão no governo e que entendem que a quantidade de dinheiro para fazer o que é preciso é menor que a imaginada.
Desta diferença surgem imensas campanhas que visam demonstrar aos eleitores suas características.
Concordo que os marqueteiros são capazes de encontrar diversos caminhos para chegar a uma explicação politico-partidária, mas o fim é um só: reduzir o peso do Estado na economia. Nas decisões dificeis entre uma estrada e um hospital, deve sempre haver um novo demônio para culpar.
Seria idiota justificar tudo lembrando que se trata de um país de dimensões continentais, até porque ele é assim há mais de 200 anos. Outra idiotice é chamar atenção para as diferenças entre as regiões. Então há de se esperar que sejam oferecidas condições para que grupos privados se interessem por todas as áreas, as mais fáceis e as de “osso duro de roer”.
Não se discute mais como foi importante e positivo privatizar o setor siderúrgico, petroquímico, de telecomunicações, o pouco que restou do ferroviário, minerador, parte do setor elétrico, algumas estradas de rodagem e um punhado de outras empresas. Imaginem o governo com mais 350 mil funcionários, mais diretorias e gerências disputadas por políticos fazendo suas falcatruas, e ainda dando prejuízo.
A chamada esquerda nacionalista entende, compreende e aceita isso, mas não tem coragem de assumir tal posição depois de décadas falando o contrário. Buscam então fazer seu tipo de concessão (novo nome) com todo o tipo de viés retrógrado e com barreiras que resultam no não aparecimento de interessados ou em menos interessados que o apregoado inicialmente.
O que agora chamam de “concessão” é algo que qualquer administrador com poucos anos de experiência seria capaz de criar:
- Listar as obrigações que o governo não conseguiu cumprir;
- Sanções contra quem não as cumprir;
- Garantias do governo da não interferência administrativa e da manutenção do equilíbrio econômico financeiro;
- Possibilidade de recorrer a cortes internacionais caso haja descumprimento por parte do país;
- Rentabilidade compatível com os custos, tributos, risco e juros do país;
- Agência Reguladora independente do governo, com dirigentes que permaneçam no comando durante dois mandatos.
Alguém achou dificil?
Então, já sabemos que investimentos de curto, médio e longo prazo em educação, saúde, transporte de massa, segurança e previdência são necessários para ontem, e que não há dinheiro para tudo. Sabemos também que a máquina estatal é inchada e que este governo não vai mexer nisso, e o próximo, quem quer que seja, levará praticamente um mandato inteiro para reduzir essas despesas. Sabemos que despesas acima das receitas por anos seguidos desembocam em inflação desenfreada e não adiantaria ser tudo estatal e estarmos quebrados. Logo a solução é privatizar de uma maneira lógica e inteligente.
Lucro, segurança jurídica ampla e fiscalização forte e honesta devem ser permitidos a quem assumir determinados riscos.Assim sempre teremos candidatos a tudo, inclusive a estradas ligando nada a coisa nenhuma.
Episódios como a interferência no setor elétrico e na MP dos Portos são pontos negativos para investidores e fazem a presidente Dilma mentir dizendo que este governo cumpre contratos.
Nos próximos noventa dias poderemos ver belos sucessos em estradas, aeroportos e no campo de Libra. Ou fracassos, que nos deixarão cada vez mais atrasados em termos de infraestrutura.
Hoje eu mudei os meus conceitos, eu sou a favor de privatizar TUUDO!!! Inclusive saúde e educação!
Mantenho educação e saúde para a maior parte da população, aquela que não pode pagar por serviços privados, na mão do governo. Abs