Fechado pra balanço

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Costuma-se dizer que um novo amor é a cura para as decepções passadas.

Não acredito nisso. O amor não é doença, logo não precisa de cura.

Um novo amor descobre mais um canto do coração para tentar crescer. O antigo tem seu lugar garantido em outro pedaço. Assim, todos vão se alojando. Alguns hibernam, à espera de algo que não se sabe bem o que é.

Como diz a canção “o coração tem mania de amor e amor não é fácil de achar”*. Não sei como se acha, nem como aparece sem que tenhamos nos dado conta. Acolhê-lo, porém, envolve mais “gente”. O cérebro tem que estar alerta e acessível.

Hoje sei que não sobrou espaço algum em meu coração.

E o cérebro trabalha dia e noite para não deixar que nada sem racionalidade aconteça.

Pode ser até que alguns amores morram ou se desloquem para o departamento reservado para a amizade — assim como não menosprezo a força do coração, não duvido da competência do cérebro. Quando os dois trabalham em harmonia, para receberem ou para se manterem “fechados para balanço”, não há como segurá-los.

Não faço apostas, nem desafio ninguém. O momento é de compreender tudo o que se passou e analisar os erros, guardando cada amor numa parte do coração. Enquanto o tempo passa e a vida se apresenta nas cores da realidade, aprendo que não devo fugir dela, mas embarcar numa viagem solitária do conhecimento interno.

Aceitar a chegada de um novo amor não acarretaria em mim grandes novidades. Espero só que ele chegue sem querer bancar o xerife. Estou sempre mudando. É a maneira que encontrei para que as cicatrizes doam menos e se tornem nada além disso.

Que não apareça alguém perguntando que marcas são essas, pois o espaço que poderia existir diminuiria.

Há possibilidade de alegria. Mas antes é melhor combinar tudo com o cérebro.

*Foi Um Rio que Passou em Minha Vida (Paulinho da Viola)

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2 comentários

  • Jaci de souza bispo disse:

    fechada pra balanço não estou, na verdade eu estou em construção quando se está nesse processo ficar complicado ter alguém, justamente pra não querer banca o detetive não é né xerife, sim seria muito interessante fase esse crescimento acompanhada, mais outro não sou eu, dificilmente vai compreender quando vc necessitar ficar sozinho pra digerir questões relativa essa mudança interna, quem tem paciência somos nós mesmo, pois nos tornamos generoso para nos acolhemos e dá cantinho e espaço .

  • Luíza Pires Pires disse:

    Ok. Obrigada!!! Sempre é bom interessarmos por algo “desconhecido,” apesar de se falar desse ou daquele assunto, é bom buscarmos entender melhor…

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