Tudo em gotas 3

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Tudo em Gotas 3

As contas externas andam cada vez piores. Um indicador do Banco Central, Necessidade de Financiamento Externo, que mede quanto de capital de menor qualidade o país precisa para zerar seu Déficit em Transações Correntes, atingiu entre outubro de 2012 e de 2013 o pior patamar desde 1998. A data de referência é especial pois naquele ano se sentia diretamente os efeitos da Crise Asiática de 1997 e observava-se a Crise Russa. O indicador está em 1,03% do PIB, isto é os Investimentos Diretos não cobrem o Déficit em Transações Correntes e o país necessitaria de recursos voláteis para fechar as contas. Em outubro de 2012, este indicador era de -0,6%, isto é, não havia necessidade desse tipo de recurso. Aumento no Déficit e queda dos Investimentos Diretos são as causas da sensível piora deste indicador. (Leia mais em A tempestade perfeita).

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As Contas Públicas em outubro tiveram seu pior resultado para o mês nos últimos nove anos. O superávit foi de 5,44 bilhões de reais abaixo do piso das projeções, cuja a mediana era de oito bilhões. Entre janeiro e outubro de 2012 o superávit era equivalente a 1,78% do PIB e no mesmo período de 2013, de 0,85% do PIB. Para novembro, o governo conta com dois reforços fundamentais para fechar o ano: quinze bilhões de reais relativos ao bônus do Campo de Libra e a parcela à vista do REFIS, para qual  só a Vale contribuirá com  5,97 bilhões de reais. Por fatores extraordinários e mudanças de regras, o governo conseguirá fechar com superávit aproximado de 1,7% do PIB, mas não contará com as mesmas condições excepcionais em 2014 (Mais sobre o assunto em A tempestade perfeita).

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Tudo em Gotas 3 IV

Com os reajustes anunciados na última sexta-feira, de 8% para o óleo diesel e 4% para a gasolina, nas refinarias, e consequentemente de pouco mais de 4,5% e 2% respectivamente, para o consumidor, o Ministério da Fazenda venceu o embate com a Petrobrás. O governo “aposta” no crescimento da produção de petróleo em 2014 para não divulgar uma fórmula de reajuste. Segue a indefinição de recursos para investimentos da estatal e mais uma vez se faz política anti-inflacionária com o “chapéu dos outros”. O governo insiste em se boicotar. Mais tarde, quando vier o rebaixamento na classificação de risco, com certeza culpará os que não conhecem e entendem o programa social nacional. (Veja também Bola preta anunciada).

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A falta de planejamento é tanta no atual governo que, em nome de uma política suicida para “segurar” a inflação, é mais vantajoso, mesmo depois do reajuste, abastecer os carros com gasolina, produto importado, poluente, não renovável, do que com etanol. Além de todas as vantagens conhecidas, a cadeia produtiva do etanol é socialmente mais importante que a da gasolina. Mesmo assim não há nenhum tipo de compensação para as usinas que vem fechando ou operando com prejuízo. Um prejuízo que conta com um financiamento maciço do Banco do Brasil, instituição que pertence majoritariamente a quem?

OK, a pergunta foi só para saber se estavam prestando atenção!

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A balança comercial de novembro teve superávit de 1,74 bilhão de dólares graças a uma operação contábil (empregada pela segunda vez) de exportação de plataformas de petróleo da Petrobrás para suas subsidiárias no exterior. Deprimente. Com isso, a balança comercial em onze meses fechou com um pequeno déficit de 89 milhões de dólares. É o pior resultado acumulado desde 2000. Se não fosse mais da “contabilidade criativa”, teríamos o resultado negativo. Mesmo com esse “esforço”, segue a baixa credibilidade do governo e os ingredientes para a Tempestade Perfeita.

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Na última quarta-feira (04.12) houve mais um leilão de concessão de rodovias. Dessa vez foram as BRs 060/153/262 localizadas respectivamente em DF/GO/MG num total de 1.176km com investimentos previstos de 22,96 bilhões de reais, base maio/2012. O vencedor foi a Triunfo Part e Inv com um deságio de 52% no pedágio inicial determinado pelo governo. O resultado alinhou-se com aquele obtido no último leilão. A Triunfo é uma empresa criada na década de 1990 para participar de leilões de privatização e concessão, sozinha ou em consórcios. Atualmente opera 2 usinas hidrelétricas, administra o aeroporto de Viracopos em Campinas (SP), opera terminais de carga de contêineres nos portos de Navegantes (SC) e Manaus (AM) e tem a concessão de 642 quilômetros de estradas no Paraná, Rio Grande do Sul, e Minas Gerais. A empresa tem capacidade financeira comprovada para tal. O leilão foi um sucesso.

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